Paleontologia: O que é isso?
A paleontologia é a área do conhecimento que busca estudar os registros dos organismos pretéritos preservados nas rochas. O termo paleontologia provém da união de palaios– que significa antigo, ontos– que significa coisas existentes e logos– que significa estudo, ou seja, é o estudo das coisas antigas. Não é de hoje que os fósseis vêm encantando e despertando curiosidade na humanidade, para saber sobre o nascimento da Paleontologia clique aqui.
Comumente os fósseis são preservados em rochas sedimentares, que são rochas formadas por processos que consolidam sedimentos, como por exemplo, argila ou areia. Esses sedimentos são oriundos da dissolução de outras rochas que podem ser rochas ígneas, metamórficas ou até mesmo sedimentares.
É importante ressaltar que, não é apenas nas rochas que os fósseis são encontrados. Os restos dos organismos também podem se preservar em âmbar, mumificação ou congelamento.
O âmbar que é uma resina proveniente de árvores como gimnospermas e angiospermas (quem não se lembra do mosquito preservado em âmbar no filme Jurassic Park?). Outro tipo de preservação é o congelamento ou mumificação (como alguns autores preferem chamar). Neste tipo, quando um organismo fica exposto a temperaturas extremas, a decomposição de partes moles, como pele, músculos e pelos, não ocorre. E esses organismos podem ser preservados em um estado excepcional. Dois exemplos bem famosos com esse tipo de preservação é a Sibéria e o Alasca, nestes lugares já foram encontrados mamutes lanosos, rinocerontes, lobos, entre outros, os quais permaneceram congelados desde a última glaciação do Pleistoceno, datando até 45.000 anos.
São apenas os restos dos corpos dos organismos que se preservam?
Para elucidar os tipos de fósseis, as (os) paleontólogas (os) costumam os diferenciar em dois grupos, são eles: os somatofósseis, que são as partes, os restos do corpo dos organismos que podem ser, por exemplo, ossos, garras, carapaças, caule de vegetais, dentre outros.
O outro grupo é chamado de icnofósseis, que são os vestígios ou restos dos organismos. De modo geral, podemos dizer que eles são resultantes da atividade os organismos em um substrato. Pegadas, trilhas, construções de ninhos, tocas, vômito, fezes e urina, são alguns dos exemplos de icnofósseis. Embora os icnofósseis pareçam pouco atrativos quando comparados aos somatofósseis, eles são peças fundamentais para entendermos o comportamento dos animais do passado, o que muitas vezes não seria possível estudando somente os restos corporais. Para saber mais sobre os icnofósseis clique aqui.
Além disso, a paleontologia conta com diversas subáreas e cada uma delas é especializada em tentar fornecer mais pecinhas para montarmos o quebra-cabeça da vida, para descobrir que subáreas são essas clique aqui.
Mas como os restos e os vestígios dos organismos viram fósseis?
Costumamos dizer que para um organismo virar um fóssil, é preciso que ele esteja no lugar certo na hora certa. O processo de fossilização depende de uma série de condições, desta forma, as possibilidades de que ocorram falhas durante o processo de fossilização são infinitas.
Para elucidar esta questão, costumamos a expor a seguinte estimativa: De todas as espécies animais que já viveram menos delas 1% se tornaram fósseis. Quando demonstramos todo nosso fascínio por esses materiais, não é nenhum pouco exagero dizer que eles são verdadeiros milagres da natureza.
Bem… Voltando ao processo de fossilização. O que precisa ocorrer para termos um fóssil?
Com esse famoso e bem-humorado meme, a morte é de fato, o fator determinante para que se iniciem os processos que fossilizam o corpo do organismo. Normalmente, depois que o organismo morre se inicia a decomposição do seu corpo, essa decomposição é feita por bactérias, larvas de insetos e outros. Mas para que, os restos do organismo se preservem esse evento não pode acontecer ou ao menos, a decomposição não pode ser total.
Então, como evitar a decomposição de um organismo? É nesta etapa que entra os sedimentos, que mencionamos antes. Necessariamente os restos precisam ser envolvidos por camadas e camadas de sedimentos, o soterramento dessas estruturas é fundamental. Uma vez que, os restos dos organismos foram soterrados, se inicia uma série de processos que consistem na substituição da matéria original que compõe os ossos, essa substituição é feita por minerais presentes no sedimento e é um processo extremamente lento, que ultrapassa a escala de tempo de vida humana. Após a substituição da matéria original, ou seja, das estruturas orgânicas teremos a forma do material preservada e composta por minerais. É importante reforçar que este é apenas um dos tipos de processos de fossilização que podem ocorrer.
Alguns autores sugerem que para um material ser considerado um fóssil, ele deve datar pelo menos 11.000 mil anos, visto que durante esse tempo, o processo de fossilização deva ter ocorrido.
Então se eu cavar o quintal da minha casa, eu encontro um fóssil?
Infelizmente não, como mencionamos anteriormente os fósseis geralmente são encontrados em rochas sedimentares e não é todo local que tem esse tipo de rocha. Além disso, os lugares que mais tem chances de ter um fóssil são aqueles em que está expondo naturalmente essas rochas, isso porque no passado, essas rochas estavam em uma grande profundidade, antes de voltar a se expor na superfície novamente. Geralmente esses lugares estão localizados perto de corpos d’ água, ou em ambientes que no passado já foram corpos d’ água. Isso porque, a água é fundamental para envolver os restos dos organismos e os soterrar, evitando que esses retos sejam atacados por organismos necrófagos.
Para que serve a Paleontologia?
Agora que já vimos, quão complexa que a paleontologia pode ser você deve estar se perguntando para quê e por que estudar essa ciência.
Através da paleontologia, podemos resgatar informações sobre um passado esquecido e compreender a nossa história evolutiva. Podemos entender como eram os organismos do passado e o que levou o desaparecimento deles da Terra.
Infelizmente a Paleontologia ainda não é tão presente nas grades curriculares de Ciências e Biologia para o ensino fundamental e médio, mas é só essa ciência que fornece as peças para entendermos a diversidade de formas de vida. Quando bem explorada, o entendimento sobre essa diversidade de organismos se torna mais fácil.
Outro ponto que merece destaque são os museus, os museus são os guardiões da nossa história. São essas instituições que não deixam o passado ficar esquecido, quem não gostaria de ver um fóssil que foi encontrado na região em que você mora?
A lei prevê que os fósseis são patrimônio do nosso Brasil, ou seja, ele não tem valor monetário e sim, valor histórico para todos nós. Por isso, a comercialização de fósseis é proibida e é um crime! Os fósseis devem estar depositados em locais em que todos possam ter acesso seja para estudar ou apenas para admirar a sua existência e os locais mais indicados para isso são os museus e os centros de pesquisa.
Infelizmente essas instituições vêm sofrendo constantes ataques e por falta de investimento eles vêm sofrendo incidentes como incêndios e, com isso, a nossa história e o trabalho dos pesquisadores estão virando cinzas, encerro este trecho fazendo o singelo apelo, visite um museu sempre que possível! Ajude-nos a manter a nossa história intacta. Para saber mais sobre os incêndios nos museus clique aqui.
Para saber mais
Como se tornar um fóssil após a morte
Breve história sobre o nascimento da Paleontologia
Recomendações de e-books
Evolução Biológica da pesquisa ao ensino- Leonardo Augusto Luvison Araújo (org.)
Como se tornar Paleontólogo(a) no Brasil
Por: Joseane Salau Ferraz
A Paleontologia é a ciência que estuda a vida ao longo do tempo geológico. De maneira geral, podemos dizer que ela nasceu da união entre duas outras grandes áreas do conhecimento, as Biociências e as Geociências.
Existe alguma graduação em Paleontologia?
Sem dúvidas, essa é uma das perguntas que mais recebemos. Infelizmente aqui no Brasil, não há nenhuma graduação em Paleontologia, já no exterior, existem sim, alguns poucos cursos de graduação como, por exemplo, na Argentina.
No Brasil, para você se tornar paleontólogo ou paleontóloga existem dois meios um tanto mais diretos para isso ocorrer. Lembre-se que um paleontólogo (a) precisa ter uma carga vasta de conhecimento em biologia e geologia, logo, esses dois cursos são os mais optados por quem deseja ingressar na Paleontologia. Mas é importante ressaltar que nada impede que pessoas vindas de outros cursos ingressem na área, afinal, a paleontologia é multidisciplinar, conheço casos de colegas que têm uma formação inicial em matemática, por exemplo.
Se você pretende cursar ou está cursando uma graduação na área de Biociências ou Geociências, ou até mesmo uma graduação que não está tão diretamente relacionado a essas áreas, mas você tem interesse em Paleontologia, aí vai uma dica valiosa procure se na sua instituição tem algum grupo de pesquisa. Hoje existem diversas instituições que contam com grupos de pesquisas que trabalham arduamente em estudos paleontológicos. Procure os professores responsáveis pelo departamento de paleontologia/geologia ou até mesmo, procure os estudantes vinculados ao departamento, estabelecer contatos abre muitas portas!
Já sou graduado e nunca fiz parte de um grupo de pesquisa. E agora?
Tenha em mente que, isso não é um empecilho incontornável. Muitos institutos oferecem cursos complementares de graduação, via processos seletivos. Essa é uma opção, e assim, você estabelece um vínculo formal com a instituição e pode se matricular em algumas disciplinas voltadas ou próximas da paleontologia e ainda, pode desenvolver pesquisas e até mesmo um TCC (Trabalho de Conclusão de Curso) vinculado ao departamento de paleontologia/geologia. O TCC é um trabalho acadêmico que é resultado de pesquisas do aluno na área. Ele é elaborado em forma de dissertação e tem como objetivo preparar o aluno de graduação no campo da pesquisa científica.
Mas… E após a graduação… O que eu faço?
Após a conclusão da graduação, é fundamental que você continue estudando e busque uma pós-graduação (mestrado e doutorado) e que durante essas etapas, você desenvolva uma dissertação (no caso do mestrado), uma tese (no caso do doutorado) e que esses trabalhos sejam resultados de pesquisas no campo da Paleontologia, é por meio desses trabalhos que você se torna um profissional desta área.
Onde buscar minha especialização em Paleontologia?
Cursos de pós-graduação
Embora não tenhamos um curso em Paleontologia, temos sorte em ter tantas opções de cursos de pós-graduação espalhadas por todo o Brasil. Consulte a nossa lista sobre onde estudar Paleontologia e a página da Sociedade Brasileira de Paleontologia e descubra instituições, cursos de Pós-graduação e os grupos de pesquisa mais próximos de você.
O fundamental para você trilhar a carreira é que você estude muito e cada vez mais! Tenha em mente que a Paleontologia é uma ciência que se renova e se complementa todos os dias, com novos estudos e descobertas feitas em todas as partes do Mundo. Lembre-se que depois dessas etapas, você terá que continuar buscando conhecimento e assim, você também contribuirá para a renovação desta ciência e também para novas descobertas paleontológicas.
Como é a profissão de Paleontólogo (a)?
No momento, essa é uma área bem restrita aqui no Brasil, devido ao pouco investimento em concursos públicos. No entanto, se você considera morar fora do Brasil, você pode colher bons resultados, tanto financeiros quanto profissionais.
Uma sub área bastante promissora na paleontologia é a micropaleontologia, que é o estudo de microfósseis como grãos de pólen, esporos, diatomáceas entre outros. Contratações de profissionais especializados em micropaleontologia vem crescendo na indústria petrolífera. Esses profissionais são responsáveis por analisar microfósseis nas camadas do pré-sal, para definir se existe petróleo em determinada região e qual é sua qualidade.
Além disso, os Paleontólogos e paleontólogas podem trabalhar como docentes em curso de graduação e pós-graduação, centros de pesquisas, laboratórios de análises fósseis, empresas da área de biologia e geologia, consultoria e assessoria em produções audiovisuais e em curadoria de museus.
Por hora, aqui no Brasil, ainda não temos uma profissão em paleontologia regulamentada. Isso quer dizer que, não temos um documento formal que nomine a Paleontologia como profissão, mas a Sociedade Brasileira de Paleontologia vem trabalhando arduamente para tornar isso possível.
Para começar estudar Paleontologia, eu preciso estar cursando uma graduação ou uma pós-graduação?
Claro que não! Hoje a internet facilitou muito o acesso ao conhecimento e existem muitos materiais disponíveis elaborados por professores e estudantes de Paleontologia para você começar a estudar agora mesmo. Além disso, os divulgadores científicos invadiram as redes e vem produzindo e indicando materiais de qualidade para você começar seus estudos!
Deixo aqui algumas recomendações de sites, canais no Youtube e e-books!
e-books
A Paleontologia na Sala de Aula
Evolução Biológica: Da pesquisa ao ensino
Para encerrar, aí vai mais uma dica valiosa: siga os divulgadores científicos nas redes sociais! Assim, você não perde uma novidade paleontológica!
Ainda tenho dúvidas! Me ajuda?
Claro! Teremos prazer de tirar suas outras dúvidas (ou de pelo menos tentar). Basta enviar um e-mail pra gente:
arqueologiaeprehistoria@gmail.com
Qual a diferença entre Paleontologia e Arqueologia?
Texto de João Carlos Moreno de Sousa
Última atualização: 10/04/2020
Este site é voltado à divulgação de assuntos relacionados à arqueologia, principalmente à arqueologia pré-histórica (ou seja, estudos de sociedades humanas não-letradas – sem escrita moderna). Mas devido a alta confusão que muitas pessoas ainda fazem da Arqueologia com a Paleontologia se fez necessário publicar esta matéria. Além do mais, é comum que eventualmente falemos de estudos paleontológicos, especialmente em casos nos quais vestígios paleontológicos estão associados aos vestígios arqueológicos. Então se faz importante conhecer esta ciência irmã da arqueologia.
A Paleontologia é uma ciência muito confundida com a arqueologia. É muito comum encontrar alguém que acha que na Arqueologia se estuda os dinossauros, por exemplo. No entanto, a Arqueologia tem o objetivo de estudar a humanidade; já a paleontologia estuda as outras espécies (animais, vegetais, etc). É a Paleontologia que, de fato, estuda os dinossauros. Na verdade, a Paleontologia abrange muito mais do que apenas os dinossauros.
O que é Paleontologia?
Podemos pensar na Paleontologia como a ciência que tem como objetivo entender a história da vida na Terra através do estudo de vestígios preservados de seres vivos. Alguns pensam na Paleontologia como o estudo dos fósseis, mas nem todos os vestígios encontrados passam por processos de fossilização (e mesmo assim estão preservados).
A Paleontologia estuda os vestígios de seres vivos preservados desde… bem, se possível desde o período da origem da vida na Terra até, geralmente 10 mil anos atrás. Mas nada impede atuação de um paleontólogo em análises de vestígios mais recentes. Seus estudos incluem a análise de vestígios botânicos, zoológicos, e muito raramente (muito mesmo) de outros tipos de seres vivos caso estes estiverem bem preservados. Outro tipo de vestígio estudado são os icnofósseis, que são os vestígios preservados de atividades dos organismos, como pegadas fossilizadas. Graças aos estudos da paleontologia podemos entender os processos de evolução das espécies, suas formas de adaptação a diferentes ambientes ao longo de milhões de anos, até a interação destas espécies com a humanidade (em conjunto aos estudos arqueológicos).
Para saber mais: Site Colecionadores de Ossos
Diferenças básicas entre a Arqueologia e a Paleontologia
Enquanto o objetivo principal da Arqueologia é o estudo da humanidade, desde suas origens enquanto gênero Homo, a Paleontologia objetiva estudar as outras espécies.
A Arqueologia, (apesar de sua enorme interdisciplinaridade com as ciências da terras, ciências biológicas, ciências sociais, e exatas) é classificada, genericamente, como uma das ciências humanas ciência humana, ou ciência social, pois seu objetivo é o estudo da humanidade (seus aspectos culturais e biológicos) e suas sociedades. Os estudos de Arqueologia acabam por contribuir com outras ciências, mas principalmente com o estudo da humanidade.
Já a Paleontologia pode ser considerada como um casamento entre as ciências da terra (geociências) e as ciências biológicas (biociências). Apesar dos métodos de campo da Paleontologia estarem muito mais relacionados aos métodos das geociências, para atingir seu objetivo final são necessárias aplicações de teorias e métodos das biociências. Além disso, ela contribui de maneira multidisciplinar para ambas as ciências, principalmente no que se refere à história do planeta Terra e à evolução das espécies.
Os vestígios analisados pela Arqueologia vão desde ossos (as vezes até fósseis) humanos ou animais (desde que relacionados às atividades humanas), sepultamentos, instrumentos de pedra polida e lascada, utensílios cerâmicos, artefatos de madeira (raramente preservados), estruturas de fogueira, representações rupestres, estruturas de moradia (naturais ou construídas), vestígios botânicos (desde que relacionados às atividades humanas), artefatos históricos de qualquer lugar ou período… enfim, qualquer coisa relacionada à existência da humanidade em qualquer lugar, em qualquer período. Isto requer uma gama de interdisciplinaridade gigantesca com todas as áreas da ciência.
Os vestígios analisados pela Paleontologia se resumem basicamente nos fósseis (com algumas exceções, como pegadas), pois é um dos únicos tipos de vestígio de seres vivos que se preserva por milhões de anos. Em períodos mais recentes é possível estudar ossos que continuam preservados sem passar por processos de fossilização (no caso dos animais), ou até mesmo o pólen e os amidos que se preservam razoavelmente bem no sedimento (no caso das plantas).
Arqueologia | Paleontologia |
Tem como objetivo geral entender a humanidade, principalmente aspectos culturais e biológicos. | Tem como objetivo geral entender a história da vida na Terra, mas não os seres humanos. |
Escava sítios arqueológicos e analisa qualquer tipo de vestígio material ligado a atividades humanas (pedras lascadas, registros rupestres, restos de plantas e animais, cerâmicas, metais, vidros, etc) em laboratórios especializados. | Escava sítios paleontológicos e analisa qualquer tipo de vestígio de organismos (fossilizados ou não) ou de suas atividades (icnofósseis) em laboratórios especializados. |
É uma ciência. Segue teorias, métodos e técnicas científicas de análise. Propõe e testa hipóteses científicas. Em muitos casos, aplica experimentos. | É uma ciência. Segue teorias, métodos e técnicas científicas de análise. Propõe e testa hipóteses científicas. Em muitos casos, aplica experimentos. |
Compreende todo o período de existência do gênero Homo e e de hominínios ancestrais – Desde cerca de 7 milhões de anos atrás até o presente. | Compreende toda a história da vida na Terra, desde 3,8 Bilhões de anos atrás. |
O vídeo abaixo, produzido pelo canal Colecionadores de Osso e com a nossa participação, explica essas diferenças entre as duas ciências de uma forma bem simples:
Inclusive,s e você quiser saber mais sobre paleontologia, acesse osite Colecionadores de Ossos e acompanhe o canal deles no YouTube.
E os Dinossauros?
Até aqui já deve ter ficado claro que a Paleontologia é muito mais do que simplesmente estudar os dinossauros. Quem estudas os dinossauros são os paleontólogos especializados na Era Mezosóica (que durou entre cerca de 200 milhões e 65 milhões de anos atrás – quando houve a grande extinção dos dinossauros), e até mesmo eles precisam entender mais do que apenas os dinossauros, estendendo sua gama de conhecimento à geologia destes períodos e a diversidade zoológica e botânica existentes também nestes períodos.
Arqueólogos jamais estudam dinossauros, já que os mais antigos hominínios a produzirem ferramentes de pedra lascada surgiram há apenas cerca de 3 milhões de anos.
É possível unir os estudos da Arqueologia com a Paleontologia?
Com certeza!
Em sítios arqueológicos é comum a presença de restos alimentares constituídos de fauna pré-histórica. Nestes casos, não é necessário um estudo paleontológico, mas um estudo zooarqueológico. A zooarqueologia é uma sub-área da arqueologia preocupada em compreender a relação da humanidade com as espécies animais. Há também a arqueobotânica, que busca compreender a relação da humanidade com as plantas.
No entanto, para que haja uma compreensão completa da fauna e da flora de uma região, não bastam os estudos zooarqueológicos e arqueobotânicos. São necessários também estudos paleontológicos, os quais são realizados em áreas onde não existem, necessariamente, vestígios arqueológicos. No Brasil, por exemplo, são raríssimos os vestígios que comprovem qualquer tipo de interação da humanidade com a extinta megafauna (grandes mamíferos, como: tigre-dente-de-sabre, preguiça gigante, tatus gigantes, mamute, mastodonte, etc). Apenas graças a Paleontologia é possível saber que, até cerca de 10 mil anos atrás estas espécies viveram nos mesmos ambientes que grupos humanos pré-históricos, e como eram os seus modos de vida.
Outro exemplo muito bom da união da Arqueologia com a Paleontologia é a Paleoantropologia. Paleoantropologia é, a grosso modo, o estudo da evolução humana. Ou seja, é a disciplina responsável pelo estudos de vestígios fósseis e de artefatos de espécies ancestrais humanas.
Como se tornar um Paleontólogo no Brasil?
Se já é difícil virar arqueólogo, devido aos poucos cursos que existem no Brasil por enquanto, se tornar um paleontólogo é um pouco mais complicado, pois cursos de Paleontologia (sejam de graduação ou pós-graduação) não existem neste país. Além dof ato de que não é uma profissão devidamente regulamentada! Existem, porém, algumas alternativas que permitem um aluno estudar paleontologia e se tornar um profissional da área, mesmo sem obter um título de paleontólogo. Veja abaixo o vídeo especial feito pelos paleontólogos Aline Ghilardi e Tito Aureliano, sobre como se tornar paleontólogo no Brasil e dicas de leitura para iniciar os estudos.
GRADUAÇÃO
Um bom caminho para iniciar uma carreira de paleontólogo no Brasil, uma vez que tal graduação não existe aqui, é cursar GEOLOGIA, ou GEOCIÊNCIAS. Existem inúmeras universidade no Brasil onde você poderá estudar Geologia. Se houver um núcleo de estudos de paleontologia é melhor ainda! Se não tiver, aí o aluno poder correr atrás de estudar alguns métodos das biociências por conta própria, ou fazendo estágios nos departamentos de biologia (zoologia e botânica). Estes núcleos de paleontologia, em alguns casos, oferecem opções de linha de pesquisa de mestrado ou doutorado em Paleontologia. A vantagem dos cursos de geologia está numa maior prática de campo, mas tem uma carga de disciplinas voltadas às ciências exatas (física, química) que pode não ser atrativa para todos. Por outro lado, estes cursos não costumam ter disciplinas voltadas a biologia e evolução.
Outra ótima opção de curso é a BIOLOGIA, ou então BIOCIÊNCIAS. No entanto, o aluno ou aluna deverá estar consciente que no curso de biologia aprenderá sobre áreas muito mais abrangentes, as quais ele poderá não ter muito interesse no futuro. Mas aprenderá as abordagens necessárias para o estudo da vida na Terra e sua evolução, o que não é fornecido nos estudos das geociências. Caberá ao estudante estudar as disciplinas das geociências à parte. De fato, muitos paleontólogos brasileiros são formados, principalmente, em biologia.
PÓS-GRADUAÇÃO (Mestrado e Doutorado)
Como já foi dito, não existe nenhum mestrado ou doutorado em Paleontologia no Brasil. O que existem são programas de pós-graduação cujas linhas de pesquisa são na área de Paleontologia. O aluno que optar seguir estas linhas de pesquisa poderá atuar como paleontólogo no Brasil. Listo abaixo os programas de pós-graduação onde o aluno poderá realizar pesquisas em Paleontologia. Alguns deles são sugeridos pela Sociedade Brasileira de Paleontologia (SBP). Os cursos listados abaixo são apenas os que, de acordo com seus próprios sites, possuem alguma linha de pesquisa voltada à Paleontologia.
Região Nordeste
Universidade Federal do Ceará (UFCE): Programa de Pós-Graduação em Geologia
O programa possui linha de pesquisa em Paleontologia e Geologia Histórica
Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) – Instituto Oceanográfico: Programa de Pós Graduação em Geociências
O programa possui área de concentração em Geologia Sedimentar e Ambiental, com linhas de pesquisa que podem ser adaptadas às pesquisas realizadas pelo Laboratório de Paleontologia (PALEOLAB).
Universidade Federal da Bahia (UFBA): Programa de Pós-graduação em Geologia
O programa possui uma área de concentração em Geologia Marinha, Costeira e Sedimentar, e uma das linhas de pesquisa se chama Micropaleontologia e recifes de corais (aparentemente atuando principalmente com foraminíferos).
Região Centro-Oeste
Universidade de Brasília (UnB): Programa de Pós-Graduação em Geologia
O programa possui área de concentração em Bioestratigrafia e Paleoecologia
Região Sudeste
Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) – Museu Nacional: Programa de Pós-graduação em Geociências (Patrimônio Geopaleontológico)
O programa possui áreas de concentração em Patrimônio Geológico e Patrimônio Paleobiológico, que envolvem ás áreas de Geologia, Paleontologia, Biologia, Oceanografia, Geografia, Ciências Ambientais, Engenharia, Arqueologia etc.
Universidade de São Paulo (USP) – Instituto de Geociências: Programa de pós-graduação em Geoquímica e Geotectônica
O programa possui área de concentração em Geotectônica, permitindo aos alunos aplicarem estudos paleontológicos em suas pesquisas.
Universidade de São Paulo (USP) – Instituto Oceanográfico: Programa de Pós Graduação em Oceanografia
O programa possui área de concentração em Oceanografia Geológica, com linha de pesquisa em Evolução dos fundos marinhos e paleoceanografia.
Universidade de São Paulo (USP) – Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto: Programa de Pós-graduação em Biologia Comparada
O site ainda está em construção, mas aparentemente o programa possui área de concentração em Biologia Comparada de Animais, com linha de pesquisa em Paleozoologia (com ênfase em Tetrápodes).
Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ): Programa de Pós-Graduação em Geologia
O programa possui área de concentração em Paleontologia e Estratigrafia.
Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) – Departamento de Ecologia e Biologia Evolutiva: Programa de Pós-Graduação em Ecologia e Recursos Naturais
O programa possui linha de pesquisa em Comunidades e Ecossistemas, no qual pesquisas voltadas à Paleoecologia e Paleoicnologia podem ser realizadas.
Universidade Federal de Viçosa, Minas Gerais (UFV): Programa de Pós-Graduação em Biologia Animal
O programa possui linha de pesquisa em Zoologia e Sistemática de vertebrados (aparentemente com ênfase em mamíferos pleistocênicos).
Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ): Programa de Pós-graduação em Análise de Bacias e Faixas Móveis
O programa possui área de concentração em Análises de Bacias, com linhas de pesquisa: Estratigrafia e correlação geológica; Estudos geológicos e paleoecológicos do Quaternário no sudeste brasileiro.
Universidade de Guarulhos, São Paulo (UnG): Programa de Pós-graduação em Análise Geoambiental – Mestrado
O programa possui linha de pesquisa em Indicadores de Transformações Ambientais (atuando com ênfase em paleobotânica).
Universidade Federal do ABC (UFABC): Programa de Pós-Graduação em Evolução e Diversidade
O programa tem possui um foco de pesquisa na Paleontologia de Vertebrados.
Universidade Federal do Espírito Santo (UFES): Programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas (Biologia Animal)
O programa permite realizar pesquisas em paleontologia de animais.
Região Sul
Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS): Programa de Pós-Graduação em Geociências
O programa possui uma área de concentração em Paleontologia, com linhas de pesquisa em Micropaleontologia, Paleobotânica e Paleontologia e paleobiogeografia de vertebrados; paleopatologia.
Universidade Federal de Santa Maria, Rio Grande do Sul (UFSM): Programa de Pós-Graduação em Biodiversidade Animal
O programa possui área de concentração em Sistemática e Biologia Evolutiva, com linha de pesquisa Paleozoologia.
Universidade do Vale do Rio dos Sinos, Rio Grande do Sul (UNISINOS): Programa de Pós-graduação em Geologia
O programa possui área de concentração em Sistemática e Biologia Evolutiva, com linha de pesquisa Paleontologia Aplicada.
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